sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O Despertar de uma Paixão


Vingança, perdão e redenção são temas de difícil abordagem no cinema, assim como a idéia de uma equipe ocidental filmar na culturalmente ímpar China. Foi esse o desafio que o diretor John Curran (de Tentação) e a equipe de O Despertar de uma Paixão (The Painted Veil) enfrentaram para transpor o clássico livro de W. Somerset Maugham, O Véu Pintado, para a tela. A própria história do desenvolvimento do longa até chegar às salas de exibição já é uma saga incrível, que demorou quase quinze anos para se concretizar. O enredo narra a história de Kitty (Naomi Watts de King Kong), garota pertencente à esnobe classe alta de Londres na década de 1920 e que se vê obrigada a casar com o bacteriologista Walter Fane (Edward Norton de O Ilusionista), por estar perto de ultrapassar a idade correta de uma moça casar, o que traria vergonha à família. Depois de casados, mudam para Xangai, na China, onde o marido trabalha em um laboratório estatal. Entediada com sua vida na cidade, ela inicia um caso com o vice-cônsul britânico, Charles Townsed. O que faz com que Walter decida se vingar dela quando descobre: ele a leva para viver no interior do estranho país, em uma região onde a cólera é epidêmica. Ao contrário do que poderia prever, isso faz com que o casal se reaproxime e com que a mimada Kitty passe a ver o homem com quem se casou com outros olhos. A fotografia de um dos lugares mais desconhecidos e belos do mundo é apenas uma das atrações do drama, que consegue fazer de um enredo simples uma bela viagem espiritual e de evolução, não só da personagem de Watts, mas do casal, que aprende com os erros que os fazem mudar para tão longe para que possam ficar mais perto. Com um ótimo elenco, que agrega grandes nomes do cinema Chinês, deve agradar em cheio aos fãs de romances profundos e da misturas étnico-culturais.

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