Ser bom dentro de um universo onde tudo é maldade faz de alguém um herói? Não é o caso de John Halder (Viggo Mortensen), protagonista do filme do diretor brasileiro. Em plena Segunda Guerra um homem se vê a aceitar uma condição de vida vantajosa, mesmo que sua postura se choque com suas ideologias. Não enxergar as atrocidades, alienar-se e permanecer em total apatia não chega a fazer de John um homem bom, torna-o no mínimo omisso.
Imaginar que seja possível falar do nazismo sem que se tire o foco dos judeus parece forçar uma barra, ainda mais se a proposta do filme for mostrar o lado humano de um nazista. Talvez seja por isso que o filme já carregue o rótulo de polêmico. John não chega a ser um deles – nesse caso o hábito não fez um monge. A atuação de Viggo Mortensen (Senhor dos Anéis) faz de Jonh um homem comum de verdade e a simplicidade desse homem soa bondade.
O filme, que podia ser mais uma produção sobre o explorado tema do nazismo, não cai nessa armadilha.Um Homem Bom discute as escolhas de um indivíduo em meio às atrocidades da época – tocar a vida normalmente enquanto pessoas eram mortas. Será que só o fato de não querer fazer parte daquilo fazia de John um bom homem? Diria que esse filme é bem a propósito do natal.
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